Quando
os portugueses desembarcaram nas terras que hoje chamamos Brasil, viram-se
diante de um mundo e povo estranho, que segundo a visão europeia precisaria de
muita coisa para se tornar civilizado, e o que mais precisava, era que os
indígenas fossem salvos.
Bom,
como assim ser salvos? Isto mesmo: todo civilizado precisaria de um deus, mesmo
que este fosse estranho, assim como tudo era estranho... Índios sem fé, sem lei
e sem rei não poderiam existir! Muito menos sem a fé, esta que move o ser
humano para algum lugar... A fé moveria os índios para a salvação. Entra,
portanto, os jesuítas nesta história. Os índios deveriam conhecer a “fé cristã”
e se libertar dos seus costumes e rituais antropofágicos, poligâmicos... Índio
teria que ser passivo e amigo de todos. Índio estava na sua terra onde quem
mandava eram os outros. E por muito tempo foi assim, a história conduziu e
contornou toda e qualquer situação que apontasse o oposto, pois o que os
europeus queriam era dominar.
Muito tempo índio aprendeu língua nova e a sua
língua foi se dissolvendo entre misturas, mudanças e matanças. Não haveria mais
o que fazer a não ser lutar e lutar. Vencer ficou difícil! Nem a fé, nem a nova
religião deixou o índio passivo. Índio é ÍNDIO e sempre fora, ingênuo que não!
Se não deu tempo de recorrer, lutaram! Muitos milhares foram se perdendo,
morrendo na caminhada, foram séculos que se passaram. E hoje? Hoje são poucos,
muito menos do que a história conta. Do tronco Jê aos Pataxó, dá para contar um
a um. Civilizações transformaram-se em pequenos grupos, formado por etnias
diversas. Mas, e hoje? Hoje índio continua não sendo inocente, mas a religião
chega por lá, para salvar, ajudar. Índio quer ser salvo? Quer. Índio tem fé?
Tem! Índio quer tudo isso e mais alguma coisa: um lugar bom para viver, sua
terra para plantar, escola, saúde e tudo que o bendito “civilizado” negou-lhe
de ter. Índio quer e precisa é dos direitos visibilizados e acima de tudo: ser
respeitado!
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